**Narrado por Lorena Mello**
O ambiente do quarto ainda estava envolto em um leve crepúsculo, mas o aroma do café fresco começava a se espalhar, estimulando os sentidos.
Dante despertou com um peso no corpo, como se cada movimento exigisse um esforço extra. Ele demorou a abrir os olhos, como se o mundo lá fora ainda não estivesse pronto para ser encarado. Levantar do colchão parecia uma tarefa monumental, uma luta contra a gravidade.
Enquanto isso, eu permaneci em pé, encostada na janela, observando-o em um silêncio quase respeitoso. Quando finalmente ele conseguiu elevar o olhar e nossos olhos se cruzaram, uma conexão silenciosa se firmou entre nós. Não eram necessárias palavras; um simples olhar já dizia tudo.
Eu podia sentir a tensão em seus ombros, a respiração dele curta e apressada. Seus olhos, embora cansados, ainda brilhavam com um vestígio de esperança, uma centelha que teimava em resistir.
Decidi sentar na beirada da cama, perto dele, e fui direta:
— Você quer ver o Ma