**Narrado por Dante Ferraz**
Renan esticou as pernas sobre o banco de concreto, sentindo a brisa do vento em seu rosto enquanto o poste de luz piscava intermitentemente, como se estivesse tentando apagar-se de uma vez por todas.
Ele assobiou suavemente, aquele som que parece se esvair antes mesmo de se formar, e então disse:
— “Então faz assim, irmão… me apresenta essa doutora. Se tu não vai querer, quem sabe eu acabe me apaixonando.”
A fisgada de emoção que senti foi instantânea.
Não se tratava de ciúmes. Era instinto. Aquele instinto primitivo que todo homem sente quando alguém se aproxima do que ele jura proteger.
Virei o rosto cuidadosamente. O sorriso de Renan perdeu uma parte da coragem que tinha.
— “A fila pra falar com ela passa por mim. Guichê fechado até segunda ordem.” — respondi, com a voz rouca sobrecarregada de emoção.
Ele ergueu as mãos em um gesto descontraído, rindo:
— “Calma, fantasma! Só queria apertar a mão da mulher que te juntou de volta, caralh