Mas eu não consegui.
Não consegui deixar ela ir de novo.
Corri atrás dela, atravessando a recepção ignorando os olhares e os sussurros. Ela já estava abrindo a porta da sala quando alcancei.
— Charlotte, espera! — minha voz saiu mais alta do que eu queria.
Ela não parou. Só empurrou a porta, entrando. Eu segui. E quando ela se virou, já me encarando com o rosto cheio de dor, eu não pensei. Me ajoelhei ali mesmo, no meio da sala dela, como um homem que não tem mais nada a perder.
— Olivia me contou tudo, que foi armação dela e Victor… Eu sei que errei. Sei que não tenho o direito de pedir nada. Mas se você quiser que eu passe o resto da minha vida ajoelhado, implorando pelo seu perdão… eu vou fazer. — minha voz falhava, mas não importava. — Eu só quero a chance de ser digno de você. De ser pai. De reparar o que destruí.
Ela me olhou como se eu fosse um estranho.
E, talvez, naquele momento… eu realmente fosse.
— Levanta. — disse, fria. A voz dela tremia, mas não havia espaço pra dúvida