Já passava das seis da tarde quando Matteo olhou o relógio de pulso e soltou um suspiro leve. O sol começava a se pôr lá fora, pintando a sacada com tons dourados e rosados. Eu estava lavando os bowls na pia quando ouvi o som do zíper da mochila dele sendo fechado.
— Acho que vou indo, Char — disse ele, com aquela voz sempre tranquila. — Preciso revisar umas planilhas antes da reunião de amanhã.
Me virei, ainda secando as mãos no pano de prato, e sorri.
— Claro. Obrigada por vir, mesmo. Você sempre me deixa mais animada com esse projeto.
Ele se aproximou e me deu um beijo carinhoso na testa. Um gesto gentil, sem pretensão. Apenas afeto genuíno.