— Cansei, terminei. Relações de adulto não precisam de tantos porquês. — Viviane disse com uma indiferença que parecia quase natural.
Isabela ficou sem palavras, incapaz de decifrar a amiga.
Então, aquela noite no bar não tinha sido para afogar as mágoas de um coração partido?
— O que está passando pela sua cabeça? — Isabela perguntou, incapaz de conter a curiosidade.
Viviane encolheu os ombros, relaxada.
— Já não sou mais tão jovem, minha família está me pressionando para casar, mas ele não é a pessoa certa. Meus pais nunca aprovariam. Estar com ele era só uma forma de dar um tempero à vida monótona. Além disso, eu o tratei bem. Agora que terminamos, ele deveria ter a decência de não me perturbar.
Isabela ficou impressionada com a frieza da amiga, erguendo o polegar em sinal de aprovação.
— Você é mesmo desapegada. — Ela pegou a carta da bolsa e a entregou a Viviane. — Hélio pediu que eu te desse isso.
Viviane pegou a carta, mas, sem sequer olhar, a rasgou em pedaços.