O relógio marcava seis da manhã quando Damian Blackwell entrou em seu escritório.
A cidade ainda despertava, as luzes das ruas piscando sob uma névoa cinzenta.
Ele, no entanto, já estava em movimento. Sempre estava.
Lucas o esperava, pontual como o relógio suíço que trazia no pulso.
Sobre a mesa, um envelope pardo repousava, discreto, como uma promessa de respostas.
— Está tudo aqui, senhor — disse o secretário. — Pesquisei de forma reservada, como pediu.
Damian assentiu, sem levantar o olhar.
— Deixe-me a sós.
Quando a porta se fechou, o silêncio tomou conta da sala.
Ele passou os dedos pelo envelope antes de abri-lo, sentindo aquela familiar antecipação que costumava surgir antes de descobrir algo útil — ou perigoso.
Dentro, havia poucas páginas.
Mas bastaram as primeiras linhas para capturar sua atenção.
Nome: Adrian Valmont.
Profissão: Pintor e ilustrador independente.
Idade: 32 anos.
Residência: Lower Manhattan, estúdio próprio.
Exposições recentes: “Luz e Sombra” – Galeria White