O restaurante “Maison d’Or” exalava uma atmosfera sofisticada — o som de talheres tilintando, taças de cristal se tocando suavemente, o perfume de especiarias e vinhos raros. Era o tipo de lugar onde até o silêncio parecia ensaiado.
Elara Sterling ajeitou o guardanapo sobre o colo, tentando relaxar após um dia exaustivo. À sua frente, Adrian Valmont sorria de modo tranquilo, seus olhos ambarinos refletindo o brilho suave das velas.
Ele tinha algo que sempre a desarmava — uma serenidade quase poética. Os cabelos castanhos desgrenhados caíam sobre a testa, as mangas da camisa estavam arregaçadas até os cotovelos e um traço de tinta azul ainda manchava seu pulso. Adrian parecia alheio às formalidades do mundo, um artista que vivia entre cores, telas e devaneios.
— Às vezes, acho que a arte é a única forma de dizer o que as palavras não conseguem — disse ele, mexendo distraidamente o vinho na taça. — Você olha para uma pintura e sente tudo o que o pintor não teve coragem de dizer em voz a