O escritório de Damian estava silencioso naquela noite. As luzes da cidade penetravam pelas enormes janelas, espalhando um brilho frio sobre o mármore e a madeira escura, e o relógio marcava quase dez horas. Elara ainda revisava relatórios, determinada a terminar a análise da fusão, mas não conseguia ignorar a sensação de que não estava sozinha.
— Está trabalhando até tarde — disse uma voz grave, que fez seu corpo estremecer antes mesmo que ela visse quem era.
Ela ergueu os olhos e encontrou Damian encostado na porta, os braços cruzados, um sorriso enigmático nos lábios. O terno escuro destacava os ombros largos e o peito firme, a camisa branca levemente aberta no colo revelando o músculo definido que a hipnotizava desde o primeiro encontro. Havia algo perturbadoramente irresistível na forma como ele se movia, como se cada passo fosse calculado para provocar reação sem esforço.
— Prefiro não deixar nada para amanhã — respondeu ela, tentando soar firme e profissional, embora a voz traísse um leve tremor.
Ele se aproximou, cada passo medido, cada movimento carregado de propósito. Quando parou ao lado da mesa, inclinou-se apenas o suficiente para que o aroma de sua colônia — uma mistura de madeira, tabaco e algo selvagem — a envolvesse completamente. O calor que emanava dele era quase físico, e Elara sentiu o corpo reagir involuntariamente.
— Vejo que está concentrada — disse ele, baixando a voz, quase um sussurro — mas concentração não impede distrações… especialmente quando a distração é… alguém como eu.
Ela engoliu em seco, tentando focar nos papéis à sua frente, mas a presença dele ocupava cada pensamento. Cada gesto, cada inclinação de corpo, cada sorriso carregado de significado provocava uma tensão quase insuportável.
Damian se inclinou ainda mais, tão próximo que ela podia sentir a respiração dele. Seus olhos azuis penetravam os dela, estudando cada reação, cada microexpressão. Um toque sutil da ponta dos dedos dele na borda da mesa, perto da mão dela, enviou um arrepio percorrendo sua espinha.
— Você percebe o efeito que eu tenho, não é? — murmurou ele, a voz baixa e sedutora.
— Não… não é… nada pessoal — ela tentou protestar, a voz trêmula, mas ele sorriu, como se já tivesse previsto a resposta.
— Não se preocupe — disse ele, aproximando ainda mais o rosto, a intensidade nos olhos aumentando — Não há nada a controlar quando se trata do que você sente. Apenas deixe acontecer… observe-se.
O silêncio que se seguiu era carregado de tensão. Não havia palavras, apenas olhares, respirações entrecortadas e a eletricidade que parecia percorrer o ar. Damian não precisava tocar para provocar; a mera presença dele, a forma como os olhos se encontravam, já bastava para dominar o espaço e os sentidos dela.
Elara sentiu o coração acelerar. O desejo era real, físico, impossível de ignorar, mas ela precisava manter o controle. Ainda assim, cada gesto dele quebrava um pouco de sua resistência.
— Vamos revisar esses relatórios juntos — disse ele, inclinando-se sobre a mesa e posicionando-se tão perto que quase encostavam. — Quero ver cada detalhe do seu raciocínio… e talvez descobrir algo mais.
O toque sutil dos dedos dele roçando os dela, quase acidental, fez com que ela se retraísse por um instante, mas ao mesmo tempo desejasse que o contato fosse deliberado. Era um jogo silencioso de provocações, uma dança de poder e desejo que ambos dominavam sem precisar de palavras explícitas.
Enquanto passavam pelos relatórios, Damian manteve o olhar fixo nela, cada movimento seu carregado de controle e sedução. Ele inclinava-se de maneiras calculadas, aproximando o corpo, deixando o perfume e o calor envolverem Elara, e provocando cada resposta involuntária dela. Ela sabia que ele observava cada detalhe: o tremor na mão ao virar uma página, a leve curva dos lábios quando ela respondia a uma pergunta, o rubor no rosto diante da proximidade intensa.
— Fascinante — murmurou ele, baixando a voz — como alguém pode ser tão focada e, ao mesmo tempo, tão vulnerável… quando eu estou perto.
Elara sentiu um arrepio percorrer a coluna. Vulnerável era exatamente como ela se sentia, mas a sensação não era de fraqueza; era uma mistura de medo, excitação e admiração pelo controle absoluto que ele exercia.
Damian inclinou-se ainda mais, tão próximo que a respiração dele roçava a pele do pescoço dela. O calor de seu corpo, o perfume e o magnetismo tornavam impossível qualquer distração racional.
— Está começando a perceber — sussurrou ele — que o jogo não é apenas sobre números, relatórios ou fusões. É sobre… nós.
Elara engoliu em seco, incapaz de responder imediatamente. A tensão entre eles era quase física, palpável, e cada segundo que passava aumentava a excitação e a antecipação. Ela sabia que aquele homem não apenas dominava empresas; dominava cada sensação que cruzasse seu caminho, cada pensamento, cada impulso.
— Damian… — ela finalmente murmurou, tentando manter a voz firme, embora o corpo traísse a mente — devemos… nos concentrar.
— Claro — disse ele, recuando apenas o suficiente para deixá-la respirar — mas saiba que cada reação sua, cada gesto, cada suspiro, já diz mais do que palavras jamais poderiam.
O silêncio voltou, desta vez carregado de uma expectativa quase dolorosa. Eles continuaram revisando os relatórios, mas era impossível ignorar o jogo de poder, sedução e desejo que se desenrolava entre eles. Cada gesto dele, cada olhar, cada respiração controlada transformava a noite em uma dança de controle e entrega, provocação e desejo silencioso.
Quando Elara finalmente fechou a pasta e se levantou, Damian permaneceu parado, observando-a com aquele sorriso enigmático. Ela sabia que, embora a reunião tivesse terminado, o jogo entre eles estava apenas começando. Ele não era apenas um CEO de sucesso; era uma presença irresistível, perturbadoramente atraente, e ela estava prestes a descobrir que resistir seria impossível.
E naquele instante, Elara Sterling percebeu que o verdadeiro desafio não estava nas fusões, nos relatórios ou nas estratégias corporativas. Estava nele — e ela não sabia se desejava resistir ou se entregar completamente ao poder e à sedução de Damian Blackwell.