Desde que Augusto voltou, a rotina na faculdade nunca mais foi a mesma.
Ele parecia caminhar por entre as pessoas como se carregasse um mistério nos ombros — um peso invisível que ninguém mais parecia notar, exceto eu.
Nos primeiros dias, eu tentei fingir que não via. Fingir que aquele olhar distraído, às vezes sombrio, não me prendia a atenção. Mas era impossível. Havia algo diferente nele. Algo que me deixava inquieta, como se cada gesto dele despertasse uma parte esquecida dentro de mim.
Augusto não falava muito sobre o tempo que passou fora. Quando alguém perguntava, ele desviava o olhar, sorria de canto e dizia:
— Só precisava respirar um pouco.
Mas havia um vazio naquela resposta. Um silêncio que gritava.
Às vezes, eu o via parado no pátio, observando o nada. Outras, com o olhar distante na janela da sala, como se procurasse algo... ou alguém.
E, sem entender o motivo, eu sempre me via olhando na mesma direção.
Naquela manhã, cheguei mais cedo à aula. O ar estava fresco, o sol c