Capítulo 3

Nick acordou assustado, sentindo que o seu corpo inteiro estava rígido. Mel limpava o canto da sua boca com lenço de papel. Ele odiou ver o olhar de pena dela e se mexeu até os braços dormentes recuperarem os movimentos. Ao falar, sua voz saiu baixa e arrastada.

- Não me olhe com pena.

- Você já teve convulsão antes?

Nick assentiu. Mel percebeu o medo estampar o rosto do paciente mimado.

- Depois do acidente?

- Eu tenho hipoglicemia. Se eu ficar sem comer por muito tempo, eu sinto tontura e tenho convulsão. Os médicos dizem que eu não tenho nada no cérebro.

- Isso é óbvio.

Mel sorriu e ganhou um olhar furioso.

- Por que você voltou?!

- Eu nem cheguei a ir. Além do mais, não podia deixar você convulsionar sem te socorrer. Eu vou medir a sua glicose, pressão arterial e trazer seu café da manhã.

- Eu não quero nada disso.

Mel levantou da cama.

- Não me interessa o que você quer. Eu sou uma profissional. Talvez, precise ir para o hospital imediatamente.

- Nem fodendo, Big Mac duplo.

- Não me dê apelidos pejorativos!

- Dieta zero.

- Alecrim dourado da Shopee.

- Mãe!

Helena riu alto do escritório, sem saber que o filho tinha tido convulsão. Ela tinha que trabalhar e precisava que Nick aceitasse a nova enfermeira.

Mel pegou o medidor de pressão e ao colocar no braço de Nick, apertou além da conta. Ele gemeu de dor e ela sorriu com o estetoscópio no ouvido.

- Eu vou contar para a minha mãe que você está me machucando de propósito.

- Calado.

Nick estava com a pressão 12x8 e a glicemia em 70mg/dl. Mel guardou os aparelhos e disse séria:

- Você vai tomar um belo café da manhã.

- Não. - Nick cruzou os braços. - Você não pode me obrigar a comer.

- Veremos, rato de academia.

Mel entrou na cozinha e encontrou três funcionárias uniformizadas. Uma delas preparou o café de Nick com um monte de gororoba fitness e vitamina de frutas. Mel aproveitou para comer bolo de cenoura com cobertura de chocolate, um copo de leite gelado, um pão de mel e uma banana.

A cozinheira sorriu para ela.

- Você vai ficar para o almoço?

- Eu ainda não sei.

- Nick é mimado. Mas se você quiser fazer algum tipo de progresso com ele, basta agrada-lo.

Mel desdenhou pegando a bandeja.

- Eu não estou aqui para fazer as vontades de um filhinho de papai.

A funcionária sorriu amável.

- Nick vence todo mundo pelo cansaço. Só um tolo perderia um salário alto por causa dele.

Mel suspirou resignada.

- Ele é racista. Isso não vai dar certo.

Outra funcionária, também branca, sorriu com inocência.

- Eu queria ver aquele filho do diabo de quatro por uma preta muito bonita e gostosa igual a você.

- De quatro e com a língua para fora.

- E abanando o rabo.

- Ele tem uma bundinha gostosa.

- Ele é só um bebê.

Mel ficou em silêncio enquanto as três funcionárias riam entre si. Apesar do deboche, elas pareciam ter um certo tipo de afeição por Nick. Como se ele fosse um bebê adorável, como se a beleza inquestionável dele, abrisse as portas para ele ser arrogante, sem ser julgado por isso.

Mel voltou para o quarto e colocou a bandeja com pés em cima da cama. Nick fez menção de arremessa-la longe e ganhou um tapa na têmpora que o fez levar a mão na cabeça com uma expressão de dor e revolta.

- Não grite pela mamãe. Você está sob os meus cuidados. Coma tudo ou eu vou ter prazer em te enfiar uma sonda nasal.

Mel sentou na cama, fazendo a mesma ceder para o seu lado. Ela pegou uma fatia de abacaxi e começou a comer sem se importar com o olhar cético de Nick.

- Quanto antes comer, mais rápido vai se livrar de mim.

- Eu fui agredido.

Mel riu.

- Isso não foi agressão. Foi um carinho.

Nick pousou as mãos nas laterais da bandeja. Ao ver a fartura de comida, seu estômago vazio roncou alto.

- Eu não estou com fome.

O copo de vitamina foi parar entre os lábios carnudos de Nick. Ele bebeu antes de ser cortado pelo vidro. Em seguida, engoliu uma colher de cereal com frutas atrás da outra.

Mel desdenhou enquanto entupia o garoto de comida, o forçando a engolir tudo sem ter tempo para fazer drama.

- Isso não é comida de homem.

Nick não revidou. Estava com a boca cheia de mamão. Após engolir, tapou a boca com as mãos.

- Eu vou cagar na cama.

- Eu acho melhor você ir ao banheiro. Você não vai querer que eu fique por mais tempo e lave essa bunda branca de novo.

Satisfeita por Nick ter comido quase tudo, Mel levantou com a bandeja. Ele olhou para a bunda dela e zombou:

- Não volte a sentar na cama. Ela pode afundar.

- Eu sei aonde você quer que eu sente.

- Só nos seus sonhos. - Nick arrotou e recostou no travesseiro. - Fecha a janela.

- Eu teria que subir na cama.

O garoto revirou os olhos.

- Faça isso, e depois, vá embora para nunca mais voltar.

- Ok.

Mel colocou a bandeja em cima da mesa do computador. Ela colocou um joelho de cada lado da cabeça de Nick, olhou para a praia e antes de puxar a janela de vidro corrediça, debruçou no parapeito para inspirar ar fresco.

Nick abriu os olhos e olhou para o meio das pernas de Mel. Ela tinha coxas grossas e roliças. Por isso, seu rosto tocava na parte interna das suas pernas abertas. Ela era quente e tinha cheiro de desodorante íntimo de morango. Ele ergueu a cabeça e roçou o nariz na costura da calça jeans branca. Mel arqueou o quadril e teve pressa de fechar a janela e puxar a persiana.

Ao tentar erguer a perna direita para sair da cama, Nick espalmou as mãos na bunda dela e a puxou de encontro ao seu rosto. Mel olhou para baixo, mas não conseguiu ver a expressão de Nick.

- O que está fazendo?!

- Eu estou cheirando a sua boceta.

- Por quê?!

- Porque antes de ser racista, eu sou homem.

Mel não saberia dizer como o garoto a deslizou para baixo, até ela cair em cima dele. Com o quarto parcialmente no escuro, Mel arfou ao ter dois braços musculosos passados em volta das suas costas. Ela apoiou as mãos na cama.

- Me solta! Pervertido!

Nick debochou.

- Não vá gritar pela mamãe.

- Seu...

Mel teve os lábios tomados em um beijo faminto. Ela se debateu e foi segura pela nuca com força para manter a cabeça no lugar. Em baixo dela, o pau de Nick endureceu contra a sua vagina que contraiu dolorosamente.

Ao soltar um gemido abafado, Mel teve os seios fartos esmagados contra o tórax largo de Nick. Ela afastou os lábios para gritar, e teve a boca invadida por uma língua molhada, quente, macia e doce.

A enfermeira lutou para se soltar das garras do badboy que só parecia ser um babaca, quando na verdade, Nick era um garoto pervertido e com uma pegada firme. Ele usou os braços para mantê-la junto do seu corpo, enquanto sua língua fazia coisas imperdoáveis dentro da boca dela.

Mel virou o rosto, e novamente, Nick a pegou pelo lábio inferior em outro beijo voraz. Estranhando o silêncio, Helena entrou no quarto. Diante da cena que seus olhos viram, ela sorriu eufórica e saiu pisando na ponta dos pés. Em toda a sua vida, nunca tinha tomado uma decisão tão acertada quanto contratar Melanie Collins.

Nick teve que admitir, para uma negra, Mel era suculenta igual um pedaço bem passado de picanha. Apesar dos quilos de gordura localizada, ela era macia, quente, cheirosa e tinha uma boca deliciosa igual morangos frescos.

Ele riu das suas comparações. Talvez, por ser gorda, ela lembrava comida. Ele espalmou as mãos na bunda dela e ela aproveitou para se livrar do seu beijo faminto igual o de um garoto virgem, o que ele não era. Nick não a segurou, quando Mel saiu da cama e acendeu a luz.

Ela passou a mão nos lábios para limpar a saliva dele e esbravejou:

- Nojento!

Nick também passou a mão na boca e se recuperando do seu momento de fraqueza, disse secamente:

- Traga o listerine.

Mel pegou a bolsa e colocou no ombro.

- Adeus.

Nick ergueu o tórax e franziu a testa com presunção.

- Está com medo de se apaixonar por mim e não ser correspondida?

- Sim. - Mel zombou. - E eu gastaria todo o meu dinheiro com comida para afogar as mágoas dessa paixão arrebatadora, e não correspondida.

A enfermeira foi em direção a porta e Nick gritou:

- Mãe, a hipopótamo está querendo ir embora!

Helena entrou no quarto correndo e viu Mel pronta para ir embora. Nick fez cara de choro.

- Eu tive uma convulsão e ela quer me deixar.

Helena sentou na cama e colocou as mãos no rosto do filho. Preocupada, ela perguntou:

- Você está bem?

Nick lançou um olhar raivoso para Mel.

- Não. Eu ainda não tomei nenhum remédio.

- Teria tomado se não estivesse com a boca ocupada. - Mel disse furiosa com o drama do boy. - Helena, eu tentei de verdade.

A empresária sorriu para a enfermeira.

- Tente mais um pouco. Nick vai ser um bom paciente. Obediente e muito educado. Não é, querido?

Nick ganhou um puxão de orelha da mãe que lançou um olhar sobre a sua ereção. Ele assentiu lentamente.

- A hipopótamo pode ficar. Ela não é grande coisa como cuidadora, porém, pode queimar gordura me levando para tomar sol.

- Nick, você está proibido de chamar a Mel por qualquer outro nome que não seja o dela. Quer ficar sem internet?

- Não.

Mel revirou os olhos. Era babaquice demais para um único ser humano. E Helena também não ajudava, tratando o cavalo do filho como se ele fosse um cristal quebrado. Ela não mudou de ideia.

- Eu estou indo.

Helena levantou com um pulo e foi até Mel. Ela implorou.

- Ele tem hipoglicemia e ficou muitos dias sem comer. Agora com esse café da manhã reforçado, a glicemia dele pode subir. Ele tem que ser monitorado e não me deixa furar o dedo dele para medir.

- Está bem. - Mel disse por entre os dentes. - Eu fico das sete às dezenove horas, de segunda a sábado por mil e quinhentos dólares durante as minhas férias de trinta dias.

- Fechado.

- Ela está querendo te passar a perna, mãe.

Helena olhou séria para o filho.

- Dê graças a Deus por Mel ser uma mulher compreensiva.

- Aproveitadora, isso que ela é.

Mel colocou a bolsa na poltrona e pegou a receita dos medicamentos que Nick estava tomando. Helena suspirou aliviada.

- Eu tenho que viajar para Miami a trabalho. Você pode dormir com ele essa noite, Mel? Te pago por fora. Eu estou querendo construir um hotel em Orlando.

Mel olhou para a cama e encontrou o olhar debochado de Nick. Ela teve a sensação de que mãe e filho, eram manipuladores natos. Ela apenas fez um aceno de cabeça.

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