Nick sentiu a costura da calça jeans de Mel encostar na ponta do seu nariz. Ele teve medo de ter o rosto esmagado por aquela montanha de gordura, e ficou imóvel até ela sair de cima dele com uma expressão séria. Com as janelas abertas e o quarto arejado, Nick olhou para si mesmo e sentiu raiva.
- Fecha as janelas! É uma ordem! Mel colocou as luvas e bocejou com desdém. - Eu estou trabalhando. Por favor, não me interrompa. Mesmo debilitado, o garoto apoiou os cotovelos na cama e ergueu o tórax nu para se fazer parecer no controle. - Eu vou te processar por maus tratos! - Racismo e gordofobia também dá um belo processo. Nick riu com escárnio. - Você nunca ganharia de mim. Eu sou branco, um privilegiado de nascença. Mel colocou as mãos nos quadris largos e olhou para o seu paciente. - Você não parece muito privilegiado agora. Com licença. Ao dizer isso, Mel levou as mãos no cós da cueca de Nick e a abaixou. Ela esperava encontrar uma fralda cheia e arregalou os olhos quando percebeu que não tinha nenhuma fralda. O badboy, por sua vez, passou o dedo indicador na cama e melou a testa de Mel com um risco de bosta. Ele sorriu satisfeito. - Simba. A enfermeira não conseguiu desviar os olhos negros do pênis de Nick. Ela já tinha saído com caras negros e de jeba grande, mas o pau do garoto branco era fora do comum. Ele não se mexeu da cintura para baixo, mas usou a mão direita para puxar a cueca para cima. - Eu sei que você está com a boca cheia d'água, mas isso não é para o seu bico. Mel ergueu o corpo lentamente, ainda assombrada com o que tinha acabado de ver. Para tirar o sorriso cínico do rosto de Nick, ela disse séria: - Essa minhoquinha, não faria nem cócegas em uma mulher como eu. Nick inclinou a cabeça para o lado e olhou para a bunda avantajada de Mel. - Esse rabo preto aguenta ferro. Mel gritou: - Helena! A mulher entrou no quarto como se esperasse ser chamada. Ela viu Mel limpar a testa com um lenço umedecido. - O que você fez, Nick?! O garoto se encolheu com uma cara de filhote de golden retriever. - Nada. Mel respirou fundo. - Helena, eu não creio que eu possa fazer isso. A empresária bloqueou a passagem. - Uma mulher do seu tamanho sendo intimidada por um menino? - Ele não é um menino. Ele é um... Mel encontrou o olhar ansioso de Nick. Ele esperava que ela o xingasse, para ser demitida. Só de raiva, ela sorriu para Helena. - Por favor, eu preciso de dois homens para colocá-lo na cadeira de banho. - Não! - Nick berrou. - Sim! - Mel ergueu a voz. - Ninguém é obrigado a ficar na merda com você! - Concordo. Esse cheiro está me dando dor de cabeça, Nick. Eu já volto com dois seguranças e a equipe de limpeza. Mel assentiu. - Obrigada. Ele está correndo o sério risco de pegar uma infecção urinária e no ferimento. O ideal é ele trocar de quarto. Helena colocou a mão no braço de Mel e sorriu aliviada. - Sua reputação te precede, querida. Eu vou fazer tudo o que você disser. Helena lançou um olhar cortante para o filho e saiu do quarto. Sentado na cadeira de banho após ser pego a força, Nick cobria o pênis com as mãos enquanto Mel passava shampoo no cabelo dele, tendo o cuidado de não encher os seus olhos azuis de espuma. Ele já tinha escovado os dentes brancos e perfeitos. - Cuidado para não encostar essa pança em mim. Nick gemeu ao ter uma mecha do seu cabelo puxada com força. - Ai! Mel desdenhou. - Desculpa. A minha mão é pesada. - Só a mão? Nick não pôde fazer nada enquanto era ensaboado no pescoço, tórax, axilas, braços, barriga, pernas e pés. Mel estendeu o sabonete de glicerina para ele. - Por favor, lave a sua genitália. Nick olhou para cima. - Esse não é o seu trabalho? - Seria se você estivesse tetraplégico. O garoto mimado colocou as mãos nos joelhos, expondo o pau mole que era tão grande quanto as bolas redondas e peludas. Mel manteve a mão estendida e virou o rosto para a parede de azulejo branco. - Pega o sabonete. Nick obedeceu. Entretanto, o sabonete foi parar no ralo do box espaçoso. - Caiu. Mel respirou fundo para se acalmar e abaixou para pegar o sabonete. Um tapa explodiu na sua bunda, seguido de uma gargalhada alta. - Você não usa calcinha, né? A enfermeira não respondeu. Ela jogou o sabonete no lixo e abriu outro para evitar contaminação. Mel fez uma espuma nas mãos e sem hesitar, pegou o pênis de Nick para lavar. Ele prendeu a respiração quando ela o tocou na sua intimidade. Mel sabia que naquele momento, era muito importante respeitar o paciente que não se sente à vontade sendo lavado por uma desconhecida. Ela avisou o que iria fazer. - Eu vou levantar a pele do prepúcio para lavar a glande. Olhando para as mãos da enfermeira no seu membro, Nick ficou bem quieto. Mesmo ela estando de luvas, ele ficou desconfortável. Poderia fazer aquilo sozinho, porém, não lavaria com tanto cuidado. Ele apoiou os braços na cadeira e fechou os olhos. - Eu lavo a minha bunda. - Não. Eu faço para ter certeza que não vai ficar bosta grudada. É o meu dever. - Por que enfermeiros gostam de fazer isso? - Por amor. - Eu acho que é por depravação. Tocar outras pessoas sem levantar suspeitas. - Depravação é alguém que pode tomar banho sozinho, se deixar ser tocado. Nick abriu os olhos azuis brilhantes. - É o seu dia de sorte, baleia. Mel encarou Nick. - Eu sei o que você está tentando fazer. Você quer que eu desista. Próximos, Nick observou o rosto de Mel. - Eu estou conseguindo? - Você não chegou nem perto. - O dinheiro do fast food é sagrado, né? Não importa o que tem que fazer para conseguir. - Você é tão babaca. Mel terminou de dar banho em Nick, o secou e colocou a toalha branca no colo dele para tirá-lo do banheiro na cadeira de banho. Para sua surpresa, a cama de casal do quarto dele tinha sido trocada por outra e o ambiente limpo e perfumado, exalava bem estar. Nick ergueu a cabeça para olhar para ela com um sorriso presunçoso. - Eu não vou trocar de quarto. Como pode ver, está tudo ok. Eu me sinto exausto. Coloca a cadeira perto da cama. Mel acatou a ordem. Usando os braços fortes, Nick passou para a cama e puxou as pernas. Ele recostou no travesseiro e fechou os olhos. - Anda logo com esse curativo. Eu quero dormir. Mel levou a cadeira de volta para o banheiro, jogou o par de luvas no lixo, lavou as mãos e ao voltar para o quarto, ela ficou cética. Nick tinha jogado a toalha no chão e segurava um frasco de creme hidratante. Ele colocou um pouco da loção corporal na palma da mão, deslizou pelo peito de forma sensual e suspirou. Mel engoliu em seco. Nick sorriu para ela. Um sorriso inocente. - Tá molhadinha? - Me respeita. Nick deslizou a mão grande para baixo e fechou os dedos longos em volta do pau. - Tudo bem se eu bater uma punheta? Mel pegou as gazes, esparadrapo e os produtos que precisava para fazer o curativo no abdômen de Nick. Ela sentou na beirada da cama que cedeu com o seu peso. Com toda frieza que ela conseguiu expressar, disse séria enquanto colocava luvas limpas: - Você conseguiu. Eu não preciso disso e não vou voltar amanhã. Mel vestiu a cueca boxer branca e o shorts do pijama de seda preto em Nick, fez o curativo em silêncio e pegou a camiseta do pijama. Ele ergueu os braços para ser vestido como se fosse uma criança de três anos. Ela levantou com um suspiro profundo e se afastou da cama. Nick mordeu o lábio inferior. - Não vai pentear o meu cabelo? - Você tem infantilismo? - Não. - Mas parece. Eu não sou babá. O garoto deu de ombros e fechou os olhos. Ele sentia sono o tempo todo por causa dos medicamentos. Mel deu uma olhada em Nick. - Por que você não senta na cadeira de rodas e toma um pouco de sol? - Nada vai me fazer sentir melhor. Muito menos, uma negra no meu quarto. - Nick permaneceu com os olhos fechados. - Vai embora. - Com muito prazer. - Você é igual a todos os outros que vieram antes. Todos perdedores. - Você é o vencedor. Parabéns. Mel saiu do quarto e deu um suspiro profundo. Ela voltou ao ouvir um som estranho. Nick estava tendo uma crise convulsiva.Nick acordou assustado, sentindo que o seu corpo inteiro estava rígido. Mel limpava o canto da sua boca com lenço de papel. Ele odiou ver o olhar de pena dela e se mexeu até os braços dormentes recuperarem os movimentos. Ao falar, sua voz saiu baixa e arrastada.- Não me olhe com pena.- Você já teve convulsão antes?Nick assentiu. Mel percebeu o medo estampar o rosto do paciente mimado.- Depois do acidente?- Eu tenho hipoglicemia. Se eu ficar sem comer por muito tempo, eu sinto tontura e tenho convulsão. Os médicos dizem que eu não tenho nada no cérebro.- Isso é óbvio. Mel sorriu e ganhou um olhar furioso.- Por que você voltou?!- Eu nem cheguei a ir. Além do mais, não podia deixar você convulsionar sem te socorrer. Eu vou medir a sua glicose, pressão arterial e trazer seu café da manhã.- Eu não quero nada disso.Mel levantou da cama.- Não me interessa o que você quer. Eu sou uma profissional. Talvez, precise ir para o hospital imediatamente.- Nem fodendo, Big Mac duplo.- Nã
Medicado, Nick sentou na cadeira de roda motorizada e saiu do quarto pela primeira vez após voltar do hospital. Ele desceu a rampa construída ao lado da escada e saiu para o jardim. Ao lado dele, Mel estava emburrada.Ele respirou ar fresco e parou com a cadeira na área externa da mansão, perto da piscina. Mel sentou na cadeira de uma das mesas e tomou um gole de suco de laranja. - Você terá uma vida fácil aqui, barril destampado.Mel encarou Nick.- Por que me beijou?O garoto sustentou o olhar curioso da enfermeira. Ele respondeu com um sorriso torto.- Eu sou um hétero top que gosta de loira magra de olhos azuis. Mas eu teria que estar morto para não reagir a uma vagina cheirosa na minha cara.- Mesmo sendo preta?- Meu pau não conhece cor quando eu deixo a minha mente livre para sentir.Pensativa, Mel olhou para a piscina e levou o canudo preto na boca. Ela não costumava se importar com o seu peso, mas pensou como seria ter um corpo mais atraente. Ela não percebeu, mas o garoto
Mel foi em direção ao local onde tinha deixado o seu carro estacionado. Para a sua surpresa, um segurança de terno preto, camisa social branca e gravata preta, assim como os sapatos lustrosos, à esperava ao lado de uma Land Rover Evoque prata. O carro grande chegava a ser um escândalo de tão lindo e perfeito.- Senhorita, Melanie. Por aqui. Por favor.A porta do passageiro foi aberta e Mel constatou que o interior do carro, era de couro preto com detalhes prateados. Um luxo. Ela encarou o segurança igualmente charmoso. Alto, pele clara, cabelos loiros, olhos verdes e um sorriso de comercial de pasta de dente.- Eu não entendi.- Dona Helena pediu para mim levá-la e trazê-la de Santa Bárbara. Ela disse que a senhorita vai se mudar para cá e pediu também para mim ajudá-la com isso.- Eu tenho certeza que você tem coisas mais importantes para fazer, e pode me chamar de Mel.- Eu sou o Zeus.- O todo poderoso?O segurança abriu um sorriso largo.- Não. Eu estou mais para o faz tudo no Mon
Enquanto jantava, Nick tinha o olhar fixo na porta do quarto de Mel. Ela estava se organizando, tinha tomado outro banho e vestido um pijama rosa curto de blusa com estampa do Mickey, e um shorts que mal cobria as suas pernas grossas, deixando à mostra as celulites na parte de trás das coxas.O cabelo cacheado castanho escuro era comprido, descendo até quase a sua bunda grande e larga, que balançava igual gelatina enquanto ela andava pelo quarto, guardando as suas coisas nos armários embutidos. Nick olhou para os seios enormes de Mel e soltou um gemido involuntário. Ela percebeu que estava sendo vigiada e fechou a porta. O garoto fechou o semblante.- Eu acabei de comer! Pode levar a bandeja!Mel suspirou. Ela só queria deitar na cama de casal King Size e dormir por horas. Mas algo lhe dizia que Nick não iria facilitar as coisas para ela. Ela já tinha jantado, alimentado Black com ração e ele pareceu ficar bem confortável no corredor da área de serviço.Apesar dos muros altos, ele nã
O sábado amanheceu chovendo e Mel levou Black para o seu quarto durante a noite. Ela deu um alerta para ele não miar em hipótese alguma, e o gato não emitiu um único som. Entretanto, Mel deu um pulo da cama ao acordar e não encontrar o bichinho de estimação.Nick acordou com alguma coisa macia e quente na curva do seu braço. Ao abrir os olhos e acender a lanterna do celular, o susto foi tão grande, que ele não teve reação. O gato preto enfiou a cabeça debaixo do edredom para fugir da claridade e ficou imóvel.Nick franziu a testa quando ele tirou uma patinha para fora e empurrou a mão dele, em um sinal de que não queria a lanterna apontada para a sua cara. A bola de pelo se aconchegou contra o seu peito. O garoto espirrou. Black encarou Nick com curiosidade.Descrente após ouvir Nick espirrar, Mel entrou no quarto e acendeu a luz. Ela não fechou a porta do quarto dela porque Nick poderia ter algum tipo de problema durante à noite. E ela não pensou que Black fosse se enfiar justo na ca
Seus dedos traçaram um caminho pela nuca de Nick que arqueou o corpo musculoso. Mel reprimiu um sorriso cínico. Ela sabia que era muito errado, mas estava gostando de tocar a pele molhada do seu paciente.Ele recostou na borda e ordenou:- Lava o meu peito.Mel sentou do outro lado, ficando de frente para Nick. Ela pensou em dizer para ele mesmo se esfregar, mas mudou de ideia ao ver o tórax molhado, com as tatuagens brilhando em meio a água e espuma.Ela se inclinou para frente e teve dois braços passados em volta da cintura. A enfermeira gritou de susto quando o seu corpo afundou na banheira, jorrando água para todos os lados.Nick riu alto. Mel estremeceu de ódio.- Desgraçado! Imbecil! Filho da pu...Mel foi pega pela nuca com firmeza. Nick olhou para os lábios carnudos dela.- Permissão.A enfermeira ficou atordoada com o olhar diabólico do garoto, e com os movimentos limitados pelo espaço inexistente entre eles. Mel colocou um joelho de cada lado do quadril de Nick e pousou as
A água da banheira tinha esfriado, mas não tinha importância porque dentro dela, fogo e paixão ardia em chamas de desejo. A enfermeira beijou o seu paciente e ganhou uma estocada que arrancou o ar dos seus pulmões.- Tá pensando que acabou?Mel arregalou os olhos negros.- Nós já gozamos.- Eu gozo umas três vezes sem tirar de dentro.Naquele momento, Mel soube com a mais absoluta certeza. Ela estava fodida nas mãos de um garoto tarado que tinha a aceitado exatamente como ela era. Era sobre isso: Aceitação. Mel começou a ficar preocupada. Ela e Nick estavam na banheira há mais de uma hora. Ela tinha gozado três vezes, estava toda dolorida e com as pontas dos dedos enrugadas devido ao tempo dentro da água fria, porém, perfumada.- Chega. Nós temos que sair daqui. O seu ferimento tem que ser lavado, e eu vou fazer uma assepsia. Você não pode ficar tanto tempo sem comer por causa da hipoglicemia.Nick fez biquinho com os lábios que estavam inchados e avermelhados, de tanto beijar Mel.-
Ela estava sem ar após abrir a porta do quarto de passar roupa e Black fugir. Fugir para Nick como se ela fosse uma péssima mãe.Ela se aproximou da cama para pegar o gato.- Desculpa.Nick deitou Black no seu peito e disse sério:- Para de se desculpar. E para de me ignorar como se nós tivéssemos feito alguma coisa errada. Senta.Mel cruzou os braços e disse séria:- Não fale comigo nesse tom de voz autoritário. E não volte a arremessar a bandeja só porque ficou irritadinho. Nick desdenhou.- O meu pai colocou uma cruz pesada nas minhas costas.- O mundo não é um grande arco-íris.Tudo tem um preço.- Qual é o seu?- Eu não tenho preço. Eu tenho valor.Acariciando Black, Nick sorriu torto.- Você vai dormir comigo.Mel riu alto.- Não seja infantil.- Você vai.Alguma coisa no olhar penetrante de Nick, fez Mel sentir um arrepio gelado na nuca.- Sua mãe está me pagando para cuidar de você, e não para mim me enfiar na sua cama. Devolve o meu gato!Nick disse calmamente:- Você vai do