Capítulo 2

Nick sentiu a costura da calça jeans de Mel encostar na ponta do seu nariz. Ele teve medo de ter o rosto esmagado por aquela montanha de gordura, e ficou imóvel até ela sair de cima dele com uma expressão séria. Com as janelas abertas e o quarto arejado, Nick olhou para si mesmo e sentiu raiva.

- Fecha as janelas! É uma ordem!

Mel colocou as luvas e bocejou com desdém.

- Eu estou trabalhando. Por favor, não me interrompa.

Mesmo debilitado, o garoto apoiou os cotovelos na cama e ergueu o tórax nu para se fazer parecer no controle.

- Eu vou te processar por maus tratos!

- Racismo e gordofobia também dá um belo processo.

Nick riu com escárnio.

- Você nunca ganharia de mim. Eu sou branco, um privilegiado de nascença.

Mel colocou as mãos nos quadris largos e olhou para o seu paciente.

- Você não parece muito privilegiado agora. Com licença.

Ao dizer isso, Mel levou as mãos no cós da cueca de Nick e a abaixou. Ela esperava encontrar uma fralda cheia e arregalou os olhos quando percebeu que não tinha nenhuma fralda.

O badboy, por sua vez, passou o dedo indicador na cama e melou a testa de Mel com um risco de bosta. Ele sorriu satisfeito.

- Simba.

A enfermeira não conseguiu desviar os olhos negros do pênis de Nick. Ela já tinha saído com caras negros e de jeba grande, mas o pau do garoto branco era fora do comum. Ele não se mexeu da cintura para baixo, mas usou a mão direita para puxar a cueca para cima.

- Eu sei que você está com a boca cheia d'água, mas isso não é para o seu bico.

Mel ergueu o corpo lentamente, ainda assombrada com o que tinha acabado de ver. Para tirar o sorriso cínico do rosto de Nick, ela disse séria:

- Essa minhoquinha, não faria nem cócegas em uma mulher como eu.

Nick inclinou a cabeça para o lado e olhou para a bunda avantajada de Mel.

- Esse rabo preto aguenta ferro.

Mel gritou:

- Helena!

A mulher entrou no quarto como se esperasse ser chamada. Ela viu Mel limpar a testa com um lenço umedecido.

- O que você fez, Nick?!

O garoto se encolheu com uma cara de filhote de golden retriever.

- Nada.

Mel respirou fundo.

- Helena, eu não creio que eu possa fazer isso.

A empresária bloqueou a passagem.

- Uma mulher do seu tamanho sendo intimidada por um menino?

- Ele não é um menino. Ele é um...

Mel encontrou o olhar ansioso de Nick. Ele esperava que ela o xingasse, para ser demitida. Só de raiva, ela sorriu para Helena.

- Por favor, eu preciso de dois homens para colocá-lo na cadeira de banho.

- Não! - Nick berrou.

- Sim! - Mel ergueu a voz. - Ninguém é obrigado a ficar na merda com você!

- Concordo. Esse cheiro está me dando dor de cabeça, Nick. Eu já volto com dois seguranças e a equipe de limpeza.

Mel assentiu.

- Obrigada. Ele está correndo o sério risco de pegar uma infecção urinária e no ferimento. O ideal é ele trocar de quarto.

Helena colocou a mão no braço de Mel e sorriu aliviada.

- Sua reputação te precede, querida. Eu vou fazer tudo o que você disser.

Helena lançou um olhar cortante para o filho e saiu do quarto.

Sentado na cadeira de banho após ser pego a força, Nick cobria o pênis com as mãos enquanto Mel passava shampoo no cabelo dele, tendo o cuidado de não encher os seus olhos azuis de espuma. Ele já tinha escovado os dentes brancos e perfeitos.

- Cuidado para não encostar essa pança em mim.

Nick gemeu ao ter uma mecha do seu cabelo puxada com força.

- Ai!

Mel desdenhou.

- Desculpa. A minha mão é pesada.

- Só a mão?

Nick não pôde fazer nada enquanto era ensaboado no pescoço, tórax, axilas, braços, barriga, pernas e pés. Mel estendeu o sabonete de glicerina para ele.

- Por favor, lave a sua genitália.

Nick olhou para cima.

- Esse não é o seu trabalho?

- Seria se você estivesse tetraplégico.

O garoto mimado colocou as mãos nos joelhos, expondo o pau mole que era tão grande quanto as bolas redondas e peludas. Mel manteve a mão estendida e virou o rosto para a parede de azulejo branco.

- Pega o sabonete.

Nick obedeceu. Entretanto, o sabonete foi parar no ralo do box espaçoso.

- Caiu.

Mel respirou fundo para se acalmar e abaixou para pegar o sabonete. Um tapa explodiu na sua bunda, seguido de uma gargalhada alta.

- Você não usa calcinha, né?

A enfermeira não respondeu. Ela jogou o sabonete no lixo e abriu outro para evitar contaminação. Mel fez uma espuma nas mãos e sem hesitar, pegou o pênis de Nick para lavar. Ele prendeu a respiração quando ela o tocou na sua intimidade.

Mel sabia que naquele momento, era muito importante respeitar o paciente que não se sente à vontade sendo lavado por uma desconhecida. Ela avisou o que iria fazer.

- Eu vou levantar a pele do prepúcio para lavar a glande.

Olhando para as mãos da enfermeira no seu membro, Nick ficou bem quieto. Mesmo ela estando de luvas, ele ficou desconfortável. Poderia fazer aquilo sozinho, porém, não lavaria com tanto cuidado. Ele apoiou os braços na cadeira e fechou os olhos.

- Eu lavo a minha bunda.

- Não. Eu faço para ter certeza que não vai ficar bosta grudada. É o meu dever.

- Por que enfermeiros gostam de fazer isso?

- Por amor.

- Eu acho que é por depravação. Tocar outras pessoas sem levantar suspeitas.

- Depravação é alguém que pode tomar banho sozinho, se deixar ser tocado.

Nick abriu os olhos azuis brilhantes.

- É o seu dia de sorte, baleia.

Mel encarou Nick.

- Eu sei o que você está tentando fazer. Você quer que eu desista.

Próximos, Nick observou o rosto de Mel.

- Eu estou conseguindo?

- Você não chegou nem perto.

- O dinheiro do fast food é sagrado, né? Não importa o que tem que fazer para conseguir.

- Você é tão babaca.

Mel terminou de dar banho em Nick, o secou e colocou a toalha branca no colo dele para tirá-lo do banheiro na cadeira de banho. Para sua surpresa, a cama de casal do quarto dele tinha sido trocada por outra e o ambiente limpo e perfumado, exalava bem estar.

Nick ergueu a cabeça para olhar para ela com um sorriso presunçoso.

- Eu não vou trocar de quarto. Como pode ver, está tudo ok. Eu me sinto exausto. Coloca a cadeira perto da cama.

Mel acatou a ordem. Usando os braços fortes, Nick passou para a cama e puxou as pernas. Ele recostou no travesseiro e fechou os olhos.

- Anda logo com esse curativo. Eu quero dormir.

Mel levou a cadeira de volta para o banheiro, jogou o par de luvas no lixo, lavou as mãos e ao voltar para o quarto, ela ficou cética. Nick tinha jogado a toalha no chão e segurava um frasco de creme hidratante.

Ele colocou um pouco da loção corporal na palma da mão, deslizou pelo peito de forma sensual e suspirou.

Mel engoliu em seco. Nick sorriu para ela. Um sorriso inocente.

- Tá molhadinha?

- Me respeita.

Nick deslizou a mão grande para baixo e fechou os dedos longos em volta do pau.

- Tudo bem se eu bater uma punheta?

Mel pegou as gazes, esparadrapo e os produtos que precisava para fazer o curativo no abdômen de Nick. Ela sentou na beirada da cama que cedeu com o seu peso. Com toda frieza que ela conseguiu expressar, disse séria enquanto colocava luvas limpas:

- Você conseguiu. Eu não preciso disso e não vou voltar amanhã.

Mel vestiu a cueca boxer branca e o shorts do pijama de seda preto em Nick, fez o curativo em silêncio e pegou a camiseta do pijama. Ele ergueu os braços para ser vestido como se fosse uma criança de três anos. Ela levantou com um suspiro profundo e se afastou da cama.

Nick mordeu o lábio inferior.

- Não vai pentear o meu cabelo?

- Você tem infantilismo?

- Não.

- Mas parece. Eu não sou babá.

O garoto deu de ombros e fechou os olhos. Ele sentia sono o tempo todo por causa dos medicamentos. Mel deu uma olhada em Nick.

- Por que você não senta na cadeira de rodas e toma um pouco de sol?

- Nada vai me fazer sentir melhor. Muito menos, uma negra no meu quarto. - Nick permaneceu com os olhos fechados. - Vai embora.

- Com muito prazer.

- Você é igual a todos os outros que vieram antes. Todos perdedores.

- Você é o vencedor. Parabéns.

Mel saiu do quarto e deu um suspiro profundo. Ela voltou ao ouvir um som estranho. Nick estava tendo uma crise convulsiva.

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