O brilho branco que emanava da porta não cegava como a luz do sol, mas como um saber antigo prestes a ser revelado. Quando os olhos dos recém-chegados finalmente se adaptaram, viram que o corredor se ampliava até um salão vasto, repleto de colunas feitas de cristal vítreo, onde correntes de palavras flutuavam, escritas no ar como fiapos de memória viva.
A biblioteca de Aquenor não era feita apenas de livros — mas de lembranças. Fragmentos de vozes ancestrais ecoavam suavemente, sussurrando passagens de eras esquecidas.
Thalion avançou com passos firmes, reverente, como se cada metro ali fosse sagrado.
— Estes são os Salões da Memória Profunda — explicou. — Cada corredor corresponde a uma era, cada mesa a uma linhagem. Aqui não se estuda com os olhos, mas com a Trama.
Evelin tocou levemente a lateral de uma estante. Uma espiral de luz reagiu ao seu toque, formando imagens sobrepostas de paisagens que ela nunca vira, mas que despertavam uma estranha saudade.
— O que… é isso? — sussurrou