Após 25 anos de desaparecida, a princesa Ísis Duarte retorna curiosamente, trazendo alegria para todo o reino, mas como nem tudo são flores seu retorno também trouxe descontentamento e desconfiança de alguns. O que ocorrera em todos esses anos, porque somente agora ela retornou, e o mais importante o que ou quem causou seu desaparecimento? Spin off: A Profecia
Leer más“Para viajar basta existir”
Fernando Pessoa
Era provavelmente era a noite mais fria do ano, fato incomum para aquele período do ano, era sexta-feira, véspera de ano novo. As ruas da cidade estavam movimentadas, pessoas com diversos destinos passavam por ali; um grupo de adolescentes conversando, um casal namorando, famílias passeando apesar do frio.
Em meio a todas essas pessoas, andando apressadamente, uma jovem se destacava, o vento esvoaçava seus cabelos negros como uma noite sem luar, com o andar apressado, seu sobretudo permitia ao longo dos passos uma breve visão das esbeltas pernas e do vestido vermelho escolhido para noite… Seu nome Ísis, seu destino, uma boate no centro da cidade, seria a primeira virada do ano que não passaria no hospital desde sua formatura há alguns anos.
Durante o caminho, amaldiçoava sua melhor amiga que a havia “forçado” a ir para aquela boate “É ano novo, você está de folga, vamos nos divertir, e quem sabe conhecer um gatinho?”, esse havia sido o argumento de Sara para convencê-la a ir passar a virada do ano na boate no centro da cidade, mesmo após um plantão de 24 horas no hospital.
Na entrada da boate estava Sara, sua melhor amiga quase irmã, ambas haviam crescido no orfanato de Santa Clara, na capital do estado e resolveram se mudarem para interior logo que se formaram na faculdade, Ísis em medicina e Sara em direito. Ao lado de Sara estava Ana, uma jovem do Sul que Sara conhecera na faculdade e desde então se unira a dupla, de longe era capaz de se ver a empolgação de ambas para uma noite animada e regada de muita alegria.
— Ísis! - Sara grita ao notar sua melhor amiga se aproximando. – Você demorou menina, e nossa você está linda!
— Oi! Ísis, hoje você não volta sozinha para casa – Fala Ana com um sorriso malicioso no rosto.
— Oi! Meninas, vocês também estão lindas, e Ana pode ir tirando esse sorriso do rosto, não rolará nada. - Fala Ísis – Sara ficarei somente um pouco, estou morta de cansada e ainda troquei de turno com o Harry e terei que estar no hospital amanha às 7 h.
— Sinceramente amiga, esse cara é um encostado, você está sempre trocando de plantão com ele… - Fala Sara puxando ambas para dentro da boate. - E você uma tonta que aceita sempre.
Ao entrar na boate o trio foi, direto para o bar, após a primeira rodada de bebidas, Ana e Sara foram para a pista de dança enquanto Ísis ficou no bar. Apesar de estar ali rodeado de pessoas, se sentia deslocada, até mesmo solitária. O som alto não impediu sua mente de viajar para longe, precisamente para o hospital em que trabalhava, ela não contou a Sara o verdadeiro motivo de sua troca de turno, com Harry. Apesar de um excelente profissional ele pediu que ela realizasse uma cirurgia em seu lugar, era um procedimento simples, porém delicado e exigia muita atenção, logo tinha que estar bem descansada para realizá-lo, mas sua preocupação estava no fato de Harry ter lhe pedido tal favor.
Passava das 2 h quando saiu da boate deixando Sara e Ana para trás, tinha que estar no hospital as 7 h, pois as 8 h era a cirurgia, morava na cidade vizinha a cerca de 1 h. Para estar mais descansada para o procedimento decidiu dormir na sala de descanso do hospital que ficava relativamente perto, por ser uma cidade do interior e tranquila resolveu ir andando, assim o efeito da bebida passava também.
O caminho foi feito calmamente, as ruas não estavam muito movimentadas, mas devido ao feriado também não estavam deserta. Estava quase no hospital quando uma chuva fina começa, Ísis apressa um pouco o passo a fim de chegar ao seu destino antes que a chuva ganhasse mais força.
Já estava praticamente em frente ao hospital, quando uma van invade a calçada a acertando, com a força do impacto sente seu corpo sendo arremessado e logo cai no chão. Ainda um pouco consciente, Ísis emite um leve gemido de dor, logo sente alguém mexendo em seu corpo, fazendo seu subconsciente praticamente gritar amaldiçoando o ser que a tocou, sons de cavalos é ouvido ao fundo, sua última lembrança antes de ficar inconsciente é um par de olhos negros.
— Fui abandonada na porta de um convento assim que meus poderes se manifestaram pela primeira vez. - Sinis fala indiferente.— E você Angel. - Ísis questiona curiosa, encarando seus visitantes pela primeira vez.— “Levante-se, fique de pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei. Escolhi-te do meio do povo e dos gentios, aos quais eu o envio para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, para que, pela fé em mim, recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados.”— Atos dos Apóstolos 26, bem conveniente, responde sem responder… quem ou o que é você Angel? E que missão é essa?— Já lhe disse deve encontrar a jovem Bruxa e protegê-la.— Simples assim?— Simples assim, Sinis e eu vamos treiná-la para a missão dela, você só precisa mantê-la segura. Bom seus convidados estão chegando, Sinis a partir de hoje ficará ao seu lado, será mais seguro para você ass
Ísis não dá tempo para questionamentos, então o Rei e a Rainha de Faya, se retiram acompanhados de alguns soldados, já o casal Castro acompanhados por Elena. Assim que os visitantes saem do salão, o Major Fonseca se aproxima. — Descubra o que a família real de Faya faz aqui, e avise Uriah, Heitor, Pedro e Enzo de nossos visitantes.— Perfeitamente Vossa Majestade. Assim que o Major se retira, o Lorde Batista entra no salão.— Pensei que a corte estava fechada Arquiduque. - Ísis fala olhando pela janela, quando sente a aproximação do Lorde.— Foi o que pensei também, mas ao que parece o palácio está movimentado hoje. - O homem fala parando ao lado da Princesa. - Já decidiste quando reabrirá a corte? - Antes que Ísis tivesse tempo de responder ao Arquiduque, o Major Antunes entra no salão com demasiada pressa.— Majestade, a jovem Elena me informou que se encontrava aqui. - Fala se aproximando e estendendo uma carta para Ísis. - Acaba de chegar essa carta do Marechal Brassard. - Ísis
Os preparativos para o enterro da “Imperatriz” duraram cerca de uma semana, quem observava ao longe via o palácio em luto, quem ali estava presenciava grandes reviravoltas na corte. Ísis aproveitara que todos estavam focados na morte da então imperatriz para enviar Enzo para investigar mais afundo a respeito de Artur e sua possível participação em seu desaparecimento e Sinis e Pedro para investigar o paredeiro da jovem Bruxa.Devido ao luto, a reunião com os Lordes e Sábios foi remarcada para o mês seguinte. Ísis estava na biblioteca revisando as anotações deixadas por Angel, quando suaves batidas na porta lhe chama atenção, levanta levemente os olhos na direção da mesma, encarando Elena de pé na porta.— Majestade! - Elena a cumprimenta com uma leve mensura. - O Rei e a Rainha de Faya, a aguardam na sala do trono.— Os pais do Príncipe Uriah? O que eles fazem aqui? Não fui avisada da vinda deles. - Ísis fala estranhando a visita. - Tudo bem, vamos lá.Ísis segue calmamente para a sal
Ao concluir sua fala todos os Lordes e Sábios se retiram do salão, após a saída de todos, as damas que apenas observavam os acontecimentos se aproximam de Ísis. Ao notarem as mulheres presentes no salão se aproximando da Princesa, tanto Enzo quanto Pedro se aproximam rapidamente. Ambas mulheres param de frente a Ísis e com ambas mãos apoiadas na lateral esquerda de seu corpo fazem uma leve reverência.— Vossa Majestade! - Ambas falam ainda de cabeça baixa. Ísis observa calmamente as mulheres, a sua frente, ambas são desconhecidas, mas algo lhe dizia que poderia confiar nelas. Com um simples aceno autoriza ambas à se levantarem.— Um Príncipe deve evitar se tornar odioso ou desprezível, se mantendo assim terá seu deve cumprido e não encontrará perigos ou defeitos. - fala a jovem de cabelos soltos.— Nicolau Maquiável, um grande conselheiro.— O melhor quando se trata de assuntos reais. - A jovem dama fala sorrindo. - Bom, permita-me apresentar, pode me chamar de Aurora, essa é minha a
— Senhor… - Ísis fala dando ao senhor a chance de se apresentar.— Sábio Diogo Guedes, alteza.— Poderia me explicar sua posição.— A meu ver, alteza, são algumas jovens cujas famílias podem tê-las vendido e para fugir da punição de tal crime relataram as jovens como desaparecidas, ressalto ainda que algumas dessas jovens podem ter fugido de algum compromisso de casamento. - A cada palavra pronunciada pelo Senhor Guedes as mãos tanto de Enzo quanto de Gabriel se fechavam em punhos, a raiva e descontentamento de ambos era perceptível. Ísis inclina sua cabeça para esquerda e observa a reação de Enzo que logo ao sentir o olhar da princesa sob si, a olha discretamente observando sua expressão, ou melhor, a ausência de expressão em seu rosto, suspira tentando manter a calma.— Me perdoe a ignorância, mas ainda não consigo compreender seu pensamento, ainda não está claro, esta sugerindo que tais desaparecimentos…— Alteza, convenhamos o reino nunca se envolveu com conflitos externo, então
Enzo dá alguns passos parando pouco a frente de Ísis, mas sem descer as escadas do trono.— O retorno de Vossa Alteza, deveria ser um acontecimento de grande alegria para todos no palácio e no reino, contudo, não foi o que aconteceu. - Enzo faz uma pausa encarando a todos ali presentes, a fim de garantir que todos estejam atentos a sua fala. - De imediato o comportamento do General Castro para com Vossa Alteza causou grande estranheza tanto na Imperatriz, quanto na guarda real. — Em dado momento o General agiu de forma tão desrespeitosa para com Sua Alteza que a mesma não teve outra opção a não ser ordenar sua prisão, forçando a Vossa Majestade a cancelar o acordo de casamento.— Que comportamentos, o General poderia ter que obrigasse a Vossa Alteza a tomar tal atitude? - Lorde Batista questiona, recebendo como resposta um leve aceno de Enzo na direção do Lorde Bundonne de joelhos.— A priore não tinha planos de manter o General preso por muito tempo, então ele foi solto no dia seguin
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