A praça de Thariel, outrora usada para feiras, festas e proclamações imperiais, agora mais lembrava um altar de sacrifícios. As pedras estavam enegrecidas pelo sangue seco dos dias anteriores. E o ar... era denso, úmido, pesado. Como se cada sopro estivesse impregnado com o gosto da morte.
O povo reunido ali não estava por vontade própria. Seus corpos se moviam, mas seus olhos estavam vazios. Traços marcados por noites sem sono, fome, perda. Mulheres com os cabelos desgrenhados, segurando crianças que não choravam mais. Homens magros demais, sujos, com expressões perdidas. E jovens... jovens com olhos velhos, como se a infância lhes tivesse sido arrancada com as unhas.
No alto das escadarias da praça, diante da gigantesca estátua de pedra da Árvore Invertida — símbolo do domínio absoluto do rei Vermon — estava ele.
Vermon.
O Rei do Vazio.
O Inquebrável.
Vestia um manto negro bordado com linhas carmesim que pareciam se mover, serpenteando como sangue vivo. Na gola, espirais e runas bri