O silêncio da floresta que antes parecia protetor... que antes parecia guiá-los... rompeu.
Foi sutil. Um deslocamento de ar. O som de folhas se curvando, não para o vento, mas para algo que não deveria ter peso. Uma sombra mais densa do que a própria ausência de luz.
Evelin foi a primeira a perceber. A tatuagem no pulso queimou, não de calor, mas de gelo, como se uma lâmina fria pressionasse direto contra o osso.
Ela se virou.
E lá estava.
No limite entre a sombra e o real, entre o que se vê e o que não deveria ser visto, ele surgiu. Uma figura de estatura média, longilínea, envolta em um manto que parecia feito de pedaços de noite arrancados do céu. As bordas do tecido flutuavam, se desfaziam e se recomponham, como fumaça solidificada.
Duas pupilas douradas — verticais, como as de uma serpente ou de um felino — brilharam no escuro. Elas não refletiam a luz... elas sugavam.
O capuz caiu.
O rosto não era... certo.
Os traços eram humanos, mas não mais alinhados com a lógica da carne. Os