O solo estremeceu novamente. A rachadura que antes parecia uma simples fenda cresceu, serpenteando sob seus pés como uma ferida viva, até que, com um estalo seco e profundo, o chão desabou.
— Segurem-se! — bradou Cael, mas era tarde.
Terra, pedra e raízes cederam sob seus corpos, arrastando-os em uma queda sem fim. Luzes verdes, douradas e tons de âmbar tremeluziam pelas paredes orgânicas do abismo. Era como se a própria floresta formasse aquele túnel, com raízes que se entrelaçavam e pulsavam como artérias vivas.
O impacto não veio como esperavam. Em vez de serem esmagados contra pedra, seus corpos foram suavemente depositados em um solo fofo, coberto por musgo espesso e luminescente.
O ar era diferente ali. Não havia cheiro de podridão nem umidade opressiva, mas sim um perfume doce, terroso e antigo — como a memória de uma primavera que nunca existiu.
Ao redor, colunas gigantescas de pedra, entrelaçadas por raízes douradas, sustentavam um teto abobadado repleto de inscrições que bri