Evelin
O sol ainda não havia rompido a linha das colinas quando Evelin despertou. Dormira pouco, envolta no manto de um luto que mal começara a ser compreendido. O quarto ainda exalava o cheiro das ervas que costumavam perfumar os lençóis de Elsha. A ausência era um grito abafado nas paredes de pedra e madeira.
Evelin permaneceu deitada por longos minutos, observando o teto com olhos sem brilho. As sombras do amanhecer criavam formas dançantes, como se a presença da avó ainda se movesse por ali, cuidando das plantas na janela, dobrando mantas, murmurando cantigas ancestrais que só ela conhecia.
Mas Elsha não estava mais ali.
O enterro já havia acontecido, em silêncio, na clareira onde Evelin passara tantas tardes com a avó. Agora, havia apenas um monte de terra coberto por flores silvestres que ela mesma plantara, como Elsha gostava. Nenhuma cerimônia, nenhum cortejo. Apenas a floresta como testemunha e o vento carregando os últimos sussurros da matriarca.
O vazio tomava forma nas peq