Theo
A manhã estava clara, com aquele tipo de luz suave que tornava difícil imaginar que o mundo pudesse ser tão confuso. Eu saí de casa cedo, decidido a passar o dia na mansão, mas, no meio do caminho, um impulso me fez parar.
Foi quando passei em frente a uma loja de artigos infantis, aquelas vitrines cheias de pequenas roupas dobradas com delicadeza, brinquedos de madeira e bichinhos de pelúcia que pareciam sorrir para quem os olhava.
Fiquei parado por alguns segundos, observando tudo aquilo, até perceber o quanto tinha sido ausente durante toda a gravidez de Clara. Mesmo quando tentei me reaproximar, sempre havia uma barreira, criada por mim, por ela, ou por tudo que aconteceu entre nós.
Entrei na loja e caminhei sem rumo entre as prateleiras, até que algo me chamou atenção: um móbile de berço com pequenos pássaros em tons de azul e branco, feitos de tecido macio. Pareciam flutuar de verdade, e imaginei Benjamim observando aqueles movimentos suaves, com o olhar curioso e tranquil