Theo
Como em todas as manhãs em que eu não dormia com Clara, a primeira coisa que fiz ao acordar foi verificar as mensagens, ansioso para ver o que ela tinha me mandado. Estiquei o braço para pegar o celular na mesa de cabeceira. A tela se iluminou - nenhuma notificação. Nada de Clara.
Estranho.
Nos últimos dias, ela sempre mandava alguma coisa. Um emoji, uma reclamação sobre o café da copa, até uma lista de reuniões. Mas hoje, silêncio. Franzi a testa e joguei as pernas para fora da cama, decidido a não fazer uma tempestade em copo d'água. Ainda.
Enviei uma mensagem rápida:
"Acordei. Em 30 minutos passo aí pra gente ir juntos."
O banheiro engoliu os próximos vinte minutos. Quando saí, o celular vibrou:
"Não precisa. Já tô na empresa. Relatório urgente."
Fiquei parado, a toalha pingando no chão. Mais estranho ainda.
Quando cheguei à empresa, mais informações. Muita coisa para um início de manhã.
— Bom dia — cumprimentei Laís na recepção, casual, fingindo desinteresse. — Clara chegou?