A noite seguiu embalada por músicas suaves, vozes em conversas calorosas e o tilintar de taças brindando aos bons momentos. Os empregados da fazenda haviam preparado uma ceia impecável: pratos tradicionais russos misturados com receitas suíças e toques da culinária brasileira que Amanda fizera questão de incluir — um símbolo sutil de suas raízes múltiplas e do quanto ela pertencia, com orgulho silencioso, àquela casa, àquela história.
Bruno, elegante, movia-se entre os convidados com naturalidade, mas seus olhos sempre voltavam para Amanda. Ele percebia algo ali — algo que os outros fingiam não ver, ou não sabiam nomear. José, atento, o chamou para junto da lareira.
— Você ainda é o mesmo, Bruno? — perguntou, com um sorriso cordial, mas os olhos faiscavam com aquela sabedoria amarga que os velhos adquirem.
Bruno soltou uma risada curta.
— Talvez um pouco mais ambicioso. Um pouco mais experiente.
— E um pouco mais interessado em... Amanda?
Bruno não respondeu. Apenas ergueu a taça, bri