Nina, com a voz de criança que não mede consequências, interrompeu o clima:

— Papai, hoje o titio João beijou a titia Amanda na brincadeira!

Um silêncio caiu por um segundo.

Amanda olhou para Nina, depois para os outros.

João, com um sorriso sem culpa, passou o braço por trás da cadeira de Amanda.

João:

— As crianças sabem o que o coração sente antes que os adultos aceitem.

Ana riu, descontraindo o clima.

— Pois então, que o amor, se verdadeiro, continue sendo mais forte que as intrigas.

Bruno ergueu a taça, brindando:

— À família. Aquela que nos escolhe… e a que permanece.

Todos brindaram, uns com fervor, outros por educação. Mas o brinde ficou no ar, como promessa e desafio.

Cena – Sala de Jantar, fim da noite – 22h47

A noite se prolongava como aquelas longas madrugadas russas em que as verdades adormecidas começam a emergir nas entrelinhas da conversa e nos olhos silenciosos. Depois do jantar, o salão aquecido estava agora mais reservado — poucos haviam permanecido, mas o ambiente