Pavilhão de Almoço – Mesa Central
O som das conversas preenchia o ar como música leve, entrecortado pelo tilintar de talheres e o aroma marcante da comida feita com lembrança. O sol de inverno filtrava-se pelas cortinas da varanda lateral, aquecendo os ombros dos mais velhos e iluminando os cabelos dourados de Nina, que agora estava sentada entre Amanda e Ana.
— Eu e minha tia Amanda somos as princesas! — anunciou a menina com a boca ainda suja de creme de milho. — E a vovó é a rainha!
Risos ecoaram pela mesa.
João fingiu uma reverência exagerada com o guardanapo na mão, como um cavaleiro diante da corte:
— Majestades... permitam que este pobre servo lhes sirva mais batatas.
José completou com um sorriso:
— E eu serei o bobo da corte, só para arrancar risos da princesa.
Amanda, com o olhar ainda brilhando da brincadeira no jardim, alisou os cabelos da sobrinha e murmurou, com afeto que transbordava sem alarde:
— Princesas que governam com gargalhadas, não com gritos. Isso sim é reale