Quarto de João – Noite profunda na Fazenda Duarte
A casa estava mergulhada no silêncio. As luzes da varanda já estavam apagadas, e apenas o vento da madrugada fazia ranger levemente as janelas antigas da sede.
João, deitado na cama, folheava distraidamente um livro que não conseguia ler. A discussão com Clara ainda ecoava em sua mente. Seu peito estava apertado, os pensamentos embaralhados, até que... um leve toque na porta.
Ele se levantou devagar. Ao abrir, ficou paralisado. Amanda, de camisola clara, com os cabelos soltos e o rosto ainda com o brilho de quem havia enfrentado o mundo à mesa, o encarava em silêncio.
— Amanda...? — ele disse, quase num sussurro.
— Posso entrar? — ela perguntou, baixinho.
João se afastou, abrindo espaço. Ela entrou. O quarto parecia menor agora, com os dois ali, tão perto, tão expostos.
Amanda parou no meio do cômodo, respirou fundo e o olhou com firmeza — mas os olhos carregavam dor e ternura.
— Eu vim porque... — ela começou, com a voz embargada. — P