A neve já começava a derreter no jardim da sede, mas o frio ainda parecia cortar como lâminas. José estacionou o carro, respirou fundo antes de descer. Olhou para a enorme casa onde cresceu... onde construiu sua vida... e onde agora tudo parecia em ruínas.
Carregava nas costas o peso de uma empresa em crise e de uma irmã entre a vida e a morte. Mas também... o peso de uma família que, aos poucos, ele deixava escorregar pelos dedos.
Ao entrar, ouviu o som de risadas infantis. Por um segundo, um sopro de ternura. Nina corria pelos corredores, enquanto uma babá segurava nos braços a pequena Carolina, que balbuciava em seus primeiros sons de vida.
Sofia estava na sala, sentada, segurando uma xícara de chá, impecável como sempre. Seu olhar encontrou o de José, frio... distante... quase vazio.
— Você voltou... — disse, sem se levantar.
José respirou fundo, largando o casaco no sofá.
— Sim... Eu... eu precisava vir. Ver vocês. Ficar um pouco aqui. — respondeu, desconfortável.
Sofia cruzou as