Sofia estava no apartamento de Henri, mas não se sentia mais ali. Seu corpo estava presente, sua pele ainda carregava os rastros da última hora, mas sua alma havia partido há muito tempo.
Henri vestia a camisa devagar, como se o mundo girasse no ritmo que ele decidisse. Aproximou-se com a mesma arrogância habitual e falou, com o sorriso torto que ela aprendera a detestar:
— Te espero aqui domingo à noite.
Sofia virou o rosto, buscando algum pretexto para fugir daquelas palavras.
— Não posso, Henri. Aos domingos a família se reúne. José, as meninas... é o único momento que temos juntos.
Henri não se incomodou com a menção do marido. Apenas deu de ombros e caminhou até o aparador onde largara as chaves do carro.
— Se vira, Sofia. Ou você vem... ou eu conto tudo pra ele. — disse com frieza. — Ah, e providencie uma lingerie vermelha. Combina com sua pele. Vai esquentar o clima para o brinquedinho novo que eu comprei. Vamos experimentar coisas... diferentes.
Sofia ficou parada por alguns s