– Clara intercepta João no jardim da frente
Clara surgiu do escuro como um raio, o vestido esvoaçando no vento frio da noite russa. Estava lívida.
— João! O que foi aquilo? Você... você ficou paralisado por causa dela? É isso?
João virou lentamente, os olhos escuros de raiva e cansaço:
— Clara, por favor, não começa.
— Não começa? Você me ignorou a noite inteira! Nem me defendeu daquela cobra!
— Ela não precisa de defesa — respondeu, irônico. — E você não precisava provocá-la.
— Então é isso? Você vai voltar a ser o cachorrinho dela?
João se aproximou, frio:
— Amanda não quer ninguém. Nem eu. Nem você. E talvez por isso... talvez por isso ela seja mais livre do que todos nós.
Clara sentiu o gelo subir pelas veias. Ele não era mais o mesmo João. Algo nele havia mudado desde que Amanda pisou de novo naquelas terras.
— Você ainda ama ela, não ama?
João ficou em silêncio. Mas o silêncio dizia tudo.
– Escritório da Presidência, Sede da Duarte Corp – Segunda-feira, início do império
A manhã