Liandra dirigia sem destino.
O asfalto passava sob o carro como um borrão cinza, enquanto o peito dela ardia com uma dor tão abrupta que parecia antiga… profunda… inevitável.
Ela não tinha plano.
Não tinha direção.
Tinha apenas o impulso de fugir, escapar do que estava quebrando tudo por dentro.
O envelope havia ficado na casa.
Fechado.
Intocado.
Mas a imagem dele, branca, limpa, com o nome Caroline Hartmann, queimava como se estivesse colada ao coração dela.
Um exame de laboratório.
O sorriso enviesado de Caroline.
O “assunto pessoal”.
A intenção nítida de ferir.
Liandra não precisou abrir para entender o que Caroline queria insinuar.
E a simples possibilidade…
Rasgou seu peito como uma lâmina.
Ela apertou o volante com força, lágrimas quentes embaçando a estrada.
Seu lobo queria Rafael.
Seu coração queria voltar correndo.
Mas a mente, ferida, assustada, traída por uma memória que nem era sua, empurrou-a para mais longe.
Até onde o carro pudess