POV: RAFAEL
Rafael não saiu do quarto apressado.
Caminhou pelo corredor do hospital com o mesmo ritmo de sempre, cumprimentou uma enfermeira com um aceno breve e só então entrou na escada de emergência. Precisava de silêncio. Não de respostas imediatas, de espaço para pensar.
Quatro semanas.
A informação não ecoava como choque.
Ecoava como cálculo.
Ele apoiou a mão no corrimão metálico, sentindo o frio subir pela pele enquanto a mente avançava rápido, organizada, sem ruído emocional.
Quatro semanas significava pouco mais de um mês.
E fazia quase dois meses que ele não tocava Caroline.
Não era memória falha.
Não era dúvida.
Era um fato.
Rafael sempre foi preciso com datas. Com rotinas. Com decisões.
Com escolhas.
Desceu dois lances de escada antes de parar. Não porque precisava respirar, mas porque precisava alinhar o tabuleiro inteiro.
Ela era médica.
Sabia exatamente o que estava fazendo.
Isso não era um erro.
Era uma decisão.
E decisões dizem muito mais sobre uma