A porta se abriu sem pressa.
Caroline virou o rosto na direção do som antes mesmo de ver quem entrava. O movimento foi lento, calculado para parecer efeito do cansaço, não ansiedade.
Rafael.
Ele entrou como sempre fazia: postura reta, passos silenciosos, expressão ilegível. Não havia urgência em seus gestos, nem preocupação exagerada. Isso, para ela, era um bom sinal.
Se algo estivesse errado, ele não estaria assim.
— Oi… — ela disse primeiro, a voz baixa, levemente rouca. — Não ouvi você entrar.
Rafael parou ao lado da cama, mantendo uma distância confortável. Não tocou nela. Não se inclinou demais. Observava.
— Como está se sentindo? — perguntou.
Neutro. Controlado.
Caroline respirou fundo antes de responder, como se organizasse o corpo.
— Um pouco fraca ainda. A cabeça pesa… mas estou melhor. — fez uma pausa curta. — O médico disse que foi só um susto.
Ela esperou por alguma reação.
Nada.
Rafael apenas assentiu uma vez.
— Eles falaram que você deve receber alta ainda