Felipe saíra cedo naquela manhã.
Antes das oito já estava no escritório, resolvendo pendências e acompanhando os últimos preparativos para o casamento humano.
A cerimônia se aproximava e tudo caminhava conforme o planejado: fornecedores confirmados, seguranças mobilizados, cronogramas finalizados.
Tudo parecia em perfeita ordem.
Mas o instinto dele dizia o contrário.
Desde o momento em que acordara, havia um peso no ar, algo discreto, mas insistente, como uma sombra que o lobo dentro dele se recusava a ignorar.
Ele afastou o pressentimento.
Alice estaria em casa.
Grace cuidaria de tudo, como sempre.
Ou era o que ele acreditava.
Na noite anterior, Alice havia recebido uma ligação direta do ateliê.
A voz feminina, polida e gentil, explicava que seria necessário fazer a última prova no próprio estúdio, por conta de ajustes técnicos e equipamentos específicos.
Alice hesitou.
Felipe sempre preferia que as provas acontecessem na mansão, por segurança e privacidad