Felipe permaneceu diante da janela por longos minutos depois que Cecília saiu.
O sol se escondia atrás dos prédios, tingindo o céu de um dourado desbotado.
A cidade parecia tão calma, tão normal, que quase fazia acreditar que dentro dele também poderia haver paz.
Mas não havia.
O vidro refletia sua imagem — olhos frios, mandíbula tensa, o terno impecável, e ainda assim… um homem quebrado.
Por dentro, o lobo rugia.
Feroz. Impaciente.
Ele não queria mais ouvir sobre contratos, sobre dever, sobre alianças.
Ele queria ela.
Felipe fechou os olhos por um instante, sentindo o ar rarear.
A cada dia que passava, o vínculo que tentava reprimir o corroía mais.
A imagem dela, a humana que jamais deveria ter cruzado seu destino, aparecia em flashes involuntários — os olhos suaves, o sorriso tímido que ele vira de longe, a doçura natural que o atraía mais do que qualquer fúria ou desejo.
Alice.
A simples lembrança do nome o atingia como uma corrente elétrica.
Ele respiro