Rafael entrou no quarto devagar.
O exame ainda estava na mão dele, o papel dobrado, com o nome Caroline estampado no canto, parecendo mais pesado do que qualquer metal que já carregara.
Liandra estava deitada de lado, de costas para a porta, encarando a janela.
Não chorava alto.
Mas havia traços secos no rosto, e o peito dela tremia no mesmo ritmo que o vínculo puxava o dele, dolorido, sufocado.
Rafael se aproximou sem fazer barulho.
Sentou-se ao lado dela.
Sem pedir nada.
Sem exigir nada.
Apenas… ficando ali.
Estendeu a mão e tocou o braço dela com dedos suaves, desenhando círculos lentos, o tipo de toque que dizia o que ele não sabia verbalizar:
Eu estou aqui.
Olha pra mim.
Deixa eu te alcançar.
— Liandra… — ele chamou, num sussurro.
Nenhuma reação.
Ele tentou de novo, mais suave ainda:
— Olha pra mim, meu amor…
Um minuto inteiro passou.
E, então, ela se mexeu.
Liandra se sentou devagar, ainda olhando para frente, mãos trêmulas apertando o tecido da calça. Os ol