O corredor parecia mais longo do que nunca.
O som dos passos de Felipe ecoava como se cada batida fosse um lembrete de tudo o que havia acabado.
O casamento.
A promessa.
O controle que por tanto tempo o definira.
Do lado de fora, o vento frio da noite cortava o ar.
A dor vinha em ondas, subindo do peito até a garganta, apertando o coração como se mãos invisíveis o forçassem a parar.
Ele respirou fundo, mas o ar simplesmente não vinha.
Não era cansaço. Era ela.
Alice.
Mesmo distante, ele podia sentir.
O desespero dela atravessava o vínculo, uma dor quente, densa, sem corpo, mas viva.
Ela acreditava que o casamento acontecera, e o coração dela se despedaçava em silêncio.
A alma de Felipe reagia a isso como se fosse a própria dor.
Só havia aquele aperto sufocante no peito.
A cada respiração, parecia que o ar o traía.
Por um instante, ele se apoiou na parede fria de pedra, fechando os olhos.
As lembranças de Alice, o cheiro de chuva e baunilha, a imagem dela o olhando pel