O salão estava em silêncio.
O perfume das flores misturava-se ao cheiro metálico do nervosismo que pairava no ar.
Os convidados haviam começado a sair, sussurrando entre si, carregando nas expressões o espanto de quem presenciara algo que não deveria ter acontecido.
Cecília ainda estava ali, imóvel no meio do corredor, o vestido branco agora pesado demais sobre o corpo.
A música cessara há minutos, mas a cabeça dela ainda tocava o mesmo som, notas confusas de um piano que não existia.
O buquê escorregou de sua mão e caiu aos seus pés.
Ela não se abaixou para pegá-lo.
Não conseguia.
Quando Luna Julie se aproximou, o rosto de Cecília ainda estava rígido, como se a qualquer instante fosse se partir.
Luna parou diante dela, a voz baixa, gentil.
— Cecília, querida, venha comigo. Há um espaço reservado nos fundos, podemos conversar com calma.
Cecília virou o rosto devagar, e o olhar que lançou em resposta fez Luna recuar um passo.
Os olhos dela estavam molhados, mas duros.
— Qu