Rafael fechou a porta atrás de si devagar, como se quisesse manter do lado de fora qualquer resquício do passado que acabara de tentar atravessar aquele território.
Quando seus olhos voltaram para Liandra, sentada na cama, o peito dele suavizou de um jeito quase visível.
Ele caminhou até ela.
— Essa foi a melhor surpresa que eu já recebi na vida. — disse, a voz baixa, sincera. — Se eu soubesse… tinha voltado mais cedo. Bem mais cedo.
Liandra riu, um riso delicado, cheio de implicância suave.
— Eu acho que alguém está ansioso.
Rafael arqueou uma sobrancelha.
— Engraçado… porque alguém que antecipou a própria chegada não está em condições muito diferente.
Ela abriu a boca fingindo indignação, mas o sorriso denunciou tudo.
— Não estou ansiosa. — provocou. — Só… organizada.
Ele inclinou o rosto e deu um beijo lento na testa dela.
— Vem. — murmurou. — Você preparou um vinho pra nós… deixa eu só tomar um banho rápido, e já volto pra aproveitar a surpresa inteira.
Lia