Rafael estacionou diante da casa de Caroline às 07h03.
O sol ainda não tinha força para aquecer a manhã, mas o ar ao redor dele queimava de outro jeito, fúria silenciosa, contida, prestes a romper.
Dois guardas o cumprimentaram com um aceno.
— Alfa, conforme ordenou: ela tentou sair às seis.
— E? — Rafael perguntou, sem parar de andar.
— Não deixamos. Ela continua dentro da casa.
Rafael apenas assentiu.
E entrou.
A casa estava impecável. Arrumada demais. Perfeita demais.
Como se a simetria fosse capaz de esconder o caos que Caroline carregava consigo.
Ela estava na sala, sentada com uma falsa serenidade, como uma boneca posicionada à força para parecer intocável.
Quando o viu, levantou-se rápido.
— Rafael… eu não sabia que viria tão cedo.
Ele não respondeu.
Apenas caminhou até a mesa, onde deixou de propósito o exame dobrado.
Depositou-o ali, entre eles, como uma sentença.
Caroline arregalou os olhos por um segundo… e então sorriu, doce demais para ser genuíno.
— Eu i