Mansão Rurik – Ala Sul
11h43 da manhã
O corredor que levava à ala mais isolada da mansão parecia respirar com as paredes. O silêncio ali era diferente. Espesso, respeitoso, quase sagrado. Susan seguiu Alexei em silêncio, seus passos amortecidos pelo tapete bordado que se estendia como uma trilha entre memórias trancadas.
— Você tem certeza que Dmitry não vai se incomodar? — Perguntou, hesitante.
Alexei lançou um sorriso torto por cima do ombro.
— Dmitry se incomoda com o som da própria respiração, às vezes. Mas o que ele não sabe… — Ele empurrou a porta pesada de madeira escura — Não pode doer tanto quanto a verdade que ele insiste em enterrar.
O quarto era grande, silencioso, as janelas entreabertas deixavam entrar uma brisa fria que balançava levemente as cortinas de linho. Ao centro, a figura imponente de Anatolie Rurik repousava num leito hospitalar adaptado. Respirava por aparelhos, mas seu semblante era sereno. Forte. Como se mesmo inconsciente, lutasse com dignidade.
Susan se