PRIMEIRA NOITE SEM ELA
Dmitry se jogou no sofá do escritório. Tentou ler os relatórios. Os contratos. As previsões de expansão da filial da Noruega. Nada fazia sentido. O nome dela ecoava em cada espaço em branco, em cada margem de página.
Pegou o celular. Abriu a conversa com Susan.
Dmitry:
Está tudo certo aí?
A resposta veio dez minutos depois.
Susan Grigorieva:
Sim. Estou com as meninas, vendo um filme idiota e comendo pipoca. Tudo bem por aqui. E você?
Ele encarou a tela. Não respondeu.
“Não. Nada está bem. Você não está aqui.”
…
No segundo dia, a mansão estava em silêncio absoluto.
— Senhor Rurik? — A voz da chefe de cozinha invadiu o escritório pela porta entreaberta. — O almoço está pronto.
Dmitry sequer levantou os olhos do computador.
— Não quero.
Marina entrou com as mãos nos quadris, o olhar severo que só ela conseguia usar sem medo.
— Não perguntei se queria. Está pronto. E vai comer. Nem que eu tenha que sentar nessa sua cadeira de couro de dragão e te enfiar comida goel