O gabinete de reuniões do clã Rurik estava vazio, exceto por dois copos de cristal sobre a mesa.
Natália cruzou as pernas com elegância, o vestido vermelho escorrendo como vinho sobre a poltrona. Ela sabia por que estava ali. E sabia também que Daniil não a chamaria se não tivesse algo... Útil a dizer.
— Você me parece inquieta, Natália. — Disse ele, por fim, a voz arrastada, baixa, com aquele tom que sempre parecia pesar duas vezes mais do que deveria. — Dmitry não tem lhe dado atenção?
Ela manteve o sorriso social.
— A atenção dele... Está sendo desperdiçada com outra. Com uma humana. — Respondeu, sem disfarçar o desprezo. — Uma distração passageira, mas perigosa.
Daniil assentiu, servindo-se calmamente de um pouco de conhaque.
— Os tempos mudaram. Dmitry... Também mudou. Jovens líderes sempre acreditam que o coração pode ditar decisões de clã. Mas não pode. — Ele a olhou. — E você sabe disso.
— Ele a trata como se fosse a própria rainha. — Natália murmurou, os olhos afiados. — Mas