O carro cortava a noite fria de Moscou, os faróis iluminando a névoa espessa que lambia o asfalto. O ronco grave do motor era a única trilha sonora no silêncio denso que pairava entre os dois.
Dmitry dirigia com uma mão firme no volante, a outra repousando sobre a perna de Susan, um toque que não era apenas carinho, era domínio. Sua posse cravada naquele gesto silencioso.
Ele traçava círculos lentos com o polegar sobre a pele nua dela, sentindo os pêlos se arrepiarem sob seu toque. O cheiro dela ainda estava impregnado nele. No carro. Na sua alma.
Susan estava inquieta. Os ombros rígidos, a respiração irregular, os olhos verdes fixos no vidro embaçado da janela, como se buscasse uma fuga que já não existia.
— Você está pensando demais. — Dmitry quebrou o silêncio, a voz rouca, quase preguiçosa, mas carregada de firmeza.
Ela piscou devagar, como se despertasse de um transe. Virou o rosto na direção dele, e o que havia em seus olhos era um redemoinho de perguntas, medo e... Desejo.
— E