O céu de Moscou ainda estava coberto por um manto cinzento e adormecido quando Dmitry deixou o quarto silenciosamente. A penumbra do corredor o envolvia como um casulo silencioso, abafando até o som de seus passos.
Susan dormia profundamente.
Os traços serenos, os cabelos ruivos espalhados sobre o travesseiro como uma chama adormecida. Ela parecia tão frágil naquele instante, tão etérea, que era difícil associá-la à mulher que, horas antes, havia destruído criaturas infernais com um único gesto.
Cada célula no corpo de Dmitry queria permanecer ao lado dela. Mas o mundo fora daqueles lençóis exigia sua presença.
No andar de baixo, o salão principal ainda estava vazio. A única luz vinha do escritório lateral, cujas portas entreabertas deixavam escapar o aroma de café forte misturado ao leve odor de papel impresso.
Dmitry entrou em silêncio. Alexei digitava com precisão rápida, os olhos fixos na tela. Sasha, encostado na janela, observava o céu opaco enquanto bebia calmamente uma xícara