O silêncio era a única coisa que preenchia o quarto. Não havia uivos, nem vozes, nem mesmo os sons típicos do hospital de cura da Costa da Lua. Apenas o ruído contínuo de um monitor arcano que pulsava com o ritmo lento da vida.
Bryan acordou com um peso insuportável no peito. Os olhos abriram-se devagar, pesados como chumbo, as pálpebras coladas pelo suor seco e pelas lágrimas mal dormidas. A luz fraca do ambiente lançava sombras prateadas sobre as paredes, filtrada por cortinas encantadas. Era noite lá fora. Mas dentro dele… era escuridão total.
Virou o rosto com dificuldade.
E então viu.
Mia.
Ela estava deitada na cama ao lado, envolta em lençóis brancos bordados com símbolos lunares. O corpo imóvel. Os cabelos espalhados pelo travesseiro como um véu de luar. A pele pálida, quase translúcida. Ela parecia… uma estátua de mármore esculpida pela própria dor.
Por um instante, o coração de Bryan se encheu de esperança — talvez ainda houvesse tempo. Talvez aquele pesadelo não fosse real.