A Lua Cheia pendia no céu, um disco pálido e indiferente que testemunharia o desmoronamento de um mundo. Naquela noite, a inquietação que corroía Mia por dentro finalmente se fundiu em uma decisão fria e sólida. A imagem de Logan, frustrado, e de Luke, com seu olhar desapontado para a cadeira vazia de Bryan à mesa de jantar, havia sido o catalisador final. A ansiedade que a consumia precisava de uma resolução. Ela se recusava a ser uma espectadora passiva de seu próprio casamento, esperando que a "barreira fria" de Bryan cedesse por vontade própria. Não. A Sigma, a Lua, tomaria a iniciativa e iria até seu Sol.
  Com os dedos trêmulos, ela discou o número do Alfa. O telefone vibrou contra sua orelha com uma intensidade que parecia ecoar o frenesi dos lobos sob a Lua Cheia. A voz de Bryan, quando atendeu, foi um golpe baixo: cansada, robótica, um sussurro oco do homem que outrora rugira por ela.
  — Vou ter que ficar até tarde hoje, amor. Não me espere para dormir.
  As palavras, que em