Dez dias se passaram desde que vi Alex, depois disso ele sumiu. Ainda assim, estremecia sempre que ouvia passos ou qualquer barulho do lado de fora. O silêncio, por vezes, era até pior — como se fosse a calmaria antes de algo inevitável. A lembrança da maldita promessa que ele me fizera não me deixava em paz. Eu odiava Alex. Odiava tudo o que ele representava. Mas odiava ainda mais a mim mesma por não ter acabado com ele quando tive a chance. Por que eu o salvei? Por que não deixei Marco fazer o trabalho sujo? Essa pergunta me consumia noite e dia.
Ele ainda me mantinha prisioneira naquele quarto, mas, estranhamente, não era sem cuidados. Uma enfermeira vinha verificar meu ferimento e uma empregada chamada Amália — uma senhora italiana de cabelos grisalhos e sorriso fácil — era responsável por me alimentar e manter o quarto em ordem. Essas pequenas gentilezas me confundiam mais do que qualquer ameaça.
— O menino Alex mandou dizer para você comer tudo, piccola — dizia Amália, colocan