No dia seguinte, após meu banho, finalmente me permitiram sair do quarto. Já me sentia muito mais forte. Ao vestir a lingerie de renda azul-turquesa que ele enviara, notei como meu corpo havia mudado após semanas de alimentação nutritiva providenciada por Amália. Curvas que antes eram suprimidas por bandagens agora se afirmavam, e a renda contra minha pele pálida criava um contraste que me fez corar. Por um momento, me vi no espelho e estranhei a imagem tão francamente feminina. Após anos sendo Léo, era desconcertante.
Vesti um vestido rosa, justo na parte de cima como um corselete, com alças finas e saia godê solta. O tecido era suave, movendo-se comigo de um jeito que roupas masculinas nunca fizeram. Fiquei ansiosa, esperando até que Amália e a enfermeira, que se chamava Giovanna, abriram a porta e me permitiram explorar não apenas o quarto, mas a casa e o jardim.
A mansão era magnífica. Tapeçarias ricas, quadros antigos, móveis esculpidos — uma beleza que quase me fez esquecer