A noite caiu como todas as noites naquele inferno que chamávamos de fortaleza. Silêncio pesado, corredores escuros e o eco dos meus próprios passos me lembrando que tudo ali me pertencia. Mas havia algo diferente no ar — uma inquietação, como se a rotina, por mais sufocante que fosse, pudesse ser quebrada a qualquer instante.
Léo estava lá, como sempre, cumprindo suas tarefas. Trabalhava até a exaustão sem reclamar, e isso me intrigava. Carregava fardos em silêncio, como se o peso fosse menor do que realmente era. E quando a noite, enfim, parecia prestes a cair sobre nós, eu não encontrava descanso.
Sonhos me perseguiam. Olhos. Sempre aqueles olhos. Os dela que um dia prometi proteger… e não consegui.
Nessas noites, ao amanhecer, eu evitava encarar meu próprio reflexo. O espelho só me devolvia a fraqueza que eu escondia tão bem de todos os outros.
Mas, ultimamente, o que realmente prendia minha atenção era aquele maldito servo. De algum modo, ele parecia sentir meu olhar mesmo de