“Esconderijo também pode ser começo.” — (Anotação de R.)
[Flashbacks de Renata — Chegada na Alameda Santa Verena]
Quando a porta da Casa dos Jasmins se fechou atrás de mim, o som ecoou como um ponto final — e, ao mesmo tempo, como a vírgula que antecede algo inevitável.
No fim de um corredor nu, sem tapete para amortecer passos ou memórias, outra porta se abriu. Guilherme me conduziu até um apartamento na Alameda Santa Verena.
O prédio não tinha nada de especial. Talvez fosse essa a sua força. Portaria sem brilho, um porteiro que parecia viver entre o sono e a vigília, e um elevador antigo que suspirava antes de decidir se nos levaria para cima.
Um lugar que passaria despercebido aos olhos de qualquer um da Casa. E era exatamente assim que precisava ser — invisível, seguro, quase inexistente.
Guilherme entrou primeiro, me puxando pelo pulso com firmeza, mas sem a pressa de fuga. A adrenalina berrava, mas por fora ele encenava normalidade: camisa por fora da calça, sacolas na mão, cara