“Os planos desmoronam, não por falhas de cálculo, mas porque o coração, esse traidor silencioso, sempre encontra um jeito de interferir.” ― Diário de D.
O carro deslizou com uma fluidez quase hipnótica, até estacionar diante do prédio onde Dayse morava.
Enzo desligou o motor, mas, claro, não fez menção de sair, como se o momento exigisse uma pausa, um respiro.
Lentamente, ele se virou para ela, os olhos fixos, intensos, como se estivesse tentando decifrar um enigma. A luz suave do painel banhava o rosto de Dayse, revelando uma mistura de expectativa e hesitação que parecia ecoar a tensão que pairava entre eles.
― Posso subir? ― a voz saiu rouca e impregnada de uma promessa velada, um convite que transcendia o literal.
A sensação de que, ao cruzar aquela porta, algo profundo e irrevogável poderia ser desencadeado e as consequências fossem tão irreversíveis quanto um contrato assinado sem ler as letras miúdas, mas ele parecia disposto a se arriscar.
Dayse esboçou um sorriso, já antecipa