"Silenciaram meu nome, mas esqueceram que raízes crescem no escuro.
Quando eu florescer, não haverá lugar seguro para quem tentou me enterrar."
— Do diário de D.
...
O recomeço de Dayse, mesmo silencioso, carregava o peso pesado de tudo que ficou para trás. Não havia despedidas, apenas a pressa de seguir em frente, como quem foge de um incêndio invisível.
Na casa de Renata, a rotina se tornava quase um ritual de sobrevivência: o aroma do café quentinho pela manhã, as trocas rápidas de fraldas feitas com agilidade instintiva, os silêncios compartilhados na varanda, sentada na rede, e o som rouco e nostálgico de um rádio antigo preenchendo os intervalos entre os choros dos bebês.
Os chorinhos espaçados davam ritmo ao dia, mostrando que ali ainda havia vida. O calor dos três corpos pequenos dormindo perto dela era mais do que conforto — era um lembrete concreto de que, apesar de tudo, ela ainda tinha algo a proteger. Algo que dava sentido à sua existência.
Dayse mantinha as janelas sempr