“As máscaras caem não quando o mundo exige, mas quando já não suportam o peso do próprio rosto.” — Fernando Pessoa
O salão do tribunal parecia um anfiteatro da verdade. As paredes altas e a luz fria dos lustres refletiam um silêncio que pesava sobre cada respiração. O caso que chegara ao julgamento não era mais apenas sobre manipulações ou difamações. Era sobre sangue. Sobre a vida que se perdera naquela noite diante da mansão Bellucci.
Victoria entrou ladeada por policiais. Não havia mais andador, não havia cadeira de rodas. Apenas ela, andando com passos tensos, o salto ecoando no piso de mármore como se desafiasse os olhares que a atravessavam. Vestia preto — luto calculado, teatral.
Na primeira fila, Dayse estava sentada ao lado de Enzo, as mãos entrelaçadas em silêncio. Theo e os irmãos ficaram em casa, protegidos da cena que marcaria para sempre os jornais. Mas Lorenzo, mesmo fragilizado, insistiu em estar presente, sua bengala apoiada firme contra o chão como um estandarte de f